Conceituando
a Evolução
Autoras: Aline de Oliveira Silva e Francisca Selma da Silva
Conceitos
sobre Homologia; Analogia; Apomorfia e Sinapomorfia; Plesiomorfia e
simplesiomorfia; Evolução convergente e divergente; Monofilético, parafilético
e polifilético.
A
evolução está em constante estudo, pois o homem desde a antiguidade, busca
idéias de como surgiu às espécies. A evolução, trata-se de um processo de
mudanças, adaptações em determinados tempos e gerações. Esse processo evolutivo
é lento e ocorre como uma diferenciação genética, podendo gerar ou não novas
espécies, com características novas ou já existentes, podendo ser com
transferência de genes se tornando comum, de maneira não aleatória e através da
seleção natural. Desta forma, existem várias teorias, onde algumas estabelecem
que os vegetais e animais existentes não sejam imutáveis, pois ao longo das
gerações sofreram modificações graduais formando novas raças e espécies. O
estudo da evolução, visa à explicação dos processos que levam a diversidade dos
seres vivos por meio de pesquisas científicas, sem, no entanto, buscar
elementos sobrenaturais para solucionar essa questão. Sendo uma área de grande
abrangência, a evolução pode ser tratada como um fio condutor no estudo da
Biologia (MEDEIROS; MAIA, 2013, p.4). Há idéias como a do criacionismo, onde
Deus criou todas as criaturas existentes na terra e essa ideia está nos livros
sagrados de diversas religiões, falando que as espécies são criadas por um ser
superior e que não sofrem alterações com o tempo, permanecendo com
características fixas. A teoria do criacionismo, foi contrariada por vários
cientistas como Lamarck, que defendia a ideia do transformismo, onde diz que as
espécies poderiam sofrer modificações, com funções favorecidas pelo ambiente e
para isso as mudanças aconteciam de acordo com o uso e desuso dos órgãos. A
primeira e segunda lei de Lamarck, explica como as espécies se desenvolviam. O
pesquisador Darwin, defendia a ideia da teoria da seleção natural, nelas relata
que as modificações das espécies precisa de vários fatores, como por exemplo,
os organismos precisam apresentar variações, sendo assim, a variabilidade entre
os indivíduos. Outro fator, é a reprodução diferenciada, em que os seres vivos
possuem uma capacidade maior de reprodução e essas características são
consideradas vantajosas, pois ao contrário a desvantagem pode levar os
indivíduos a morte. Já na hereditariedade, as características vantajosas eram
passadas para os descendentes, aumentando a freqüência nas populações, fazendo
assim, que a característica com desvantagem fique rara.
Agora
vejamos alguns conceitos da evolução.
Homologia é
a mesma combinação biológica visualizada de organismos de diferentes espécies,
no entanto apresenta uma ancestralidade comum e essas semelhanças são chamados
de órgãos homólogos. As principais características se descendem de um mesmo
folheto germinativo, porém esses órgãos podem desempenhar papéis diferentes. A
homologia refere-se aqueles que tem os mesmos caracteres embrionários
(Ontogenética), apresentando ou não a mesma função. Ex: o braço de um homem e
um braço de chimpanzé, do cão, pássaro e baleia.
Analogia é
uma semelhança entre diferentes estruturas e origens embriológica que possui a
mesma função. Como por exemplo, as asas das aves e dos insetos, estão
relacionadas a executar o voo. Essas estruturas não possuem grau de parentesco
e sua formação embrionária é diferente, mas possuem função e formas
semelhantes.
Apomorfia é
um caráter novo dentro de um grupo evolutivo. As espécies aparecem em determinado
grupo trazendo características novas. Seus ancestrais comum é evolutivamente
novo. Ex: Polegar opositor em primatas, nadadeira de peixe lobadas.
Sinapomorfia é
um traço homologa apomórfica que compartilha dois ou mais grupos de organismos
descendentes de um ancestral comum. Ex: as mamas nos mamíferos, as forcípulas
dos Quilopadas.
Plesiomorfia é
uma característica dos seres primitivos. Onde os caracteres herdados não
possuem modificações, no entanto, são denominados plesiomorfias, como por
exemplo, a ausência de coluna vertebral dos vertebrados terrestres.
Simplesiomorfia é
características dos ancestrais que são compartilhadas por grupos e que mesmo
com o passar do tempo com as mudanças o padrão ancestral ainda apresenta as
características. Como exemplo: Os cinco dedos nos humanos e nos lagartos são
características simplesiomórfica.
Evolução
Convergente é a adaptação que os seres vivos apresentam em determinadas
condições ambientais, tendo suas características semelhantes, mesmo sem ter
parentescos comum. Suas estruturas são análogas que realizam a mesma função,
como o caso dos insetos e as aves, os mesmos possuem asas para realizar o voo,
mas possuem linhagens diferentes. Podemos ver o exemplo dos golfinhos e dos
ictiossauros, ambos possuem corpo fusiforme e hidrodinâmico, no entanto, os
ictiossauros tem linhagens e afinidades com os lagartos e os golfinhos são
mamíferos. Sendo assim, com formas semelhantes por isso dar-se o nome de
evolução convergente.
Evolução
Divergente são órgãos que possuem origem embrionaria semelhante e
adaptações a diferentes ambientes com diferenças morfológicas com um ancestral
comum. Também é denominada por radiação adaptativa, como por exemplo, as
baleias e os elefantes, ambos são mamíferos e tem ancestral comum. No entanto,
na seleção natural um divergiu para a água e outro na terra.
Monofilético é
um grupo de descendentes que compartilham de um único ancestral comum. Seu
processo evolutivo consiste de especies que se agrupam e delas descendem-se.
Seu grupo são classificados como produto do processo natural. Ex: Répteis e as
aves.
Parafilético é
formado por uma especie ancestral, porém nem todos indivíduos se descendem.
Esse grupo se distingue por exclusão de alguns elementos e que não possuem
características exclusivas que os definam. Ex: Peixes, répteis (não possui uma
espécie ancestral exclusiva de todos os seus membros).
Polifiléticos é
um grupo de espécies que compartilham determinada característica que não são
partilhadas pela existência de parentescos. Não tem apresentação em um
ancestral comum. É um agrupamento de dois ou mais ancestrais diferentes.
A
teoria evolucionista de fato é uma grande riqueza nos ensinos de ciências
atualmente. Porém encontramos dificuldades na compreensão dos conceitos, sobre
a origem e a evolução dos seres vivos. Sem falar que causa polêmica
(acadêmicos, filosóficos e religiosos) quando se bate com os ensinos bíblicos.
Darwin, deixou seu legado na ciência com seu pensamento evolutivo, mesmo com
alterações sofridas por outros pesquisadores aos longos dos anos.
A
curiosidade sobre as inúmeras espécies, levou Darwin, a procurar explicações e
para seu mérito descobriu que as diferenças entre os seres vivos eram imensas e
isto ocupou muito de seu tempo. Todavia, rendeu a obra A Origem das Espécies.
Nela explicava que existia diferenças entre os seres vivos e que
individualmente eles traziam variação na seleção natural e na evolução
(WAIZBORT, 2001, p.6). Podemos dizer que a evolução, trouxe um marco para o
ensino de ciências, melhorando o conhecimento evolucionário, biológicos e
afins. Por isto, foi importante abordar os conceitos filogênicos para melhor
compreensão da evolução dos diferentes seres vivos abordados.
Referências
MEDEIROS, T. Á.; MAIA, E. D. A
teoria da evolução: as dificuldades encontradas na relação ensino-aprendizagem.
Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – IX ENPEC
Águas de Lindóia, SP – 10 a 14 de Novembro de 2013
RIGOLON, R. G.; OBARA, A. T. O
CONCEITO DE ANALOGIAS POR LICENCIANDOS DE BIOLOGIA. Rev. Teoria e Prática da Educação,
v. 13, n. 3, p. 19-31, set./dez. 2010
RODARTE, M. F. POTENCIALIDADES
NA FORMAÇÃO CONTINUADA COM O TEMA SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA PARA PROFESSORES DE
CIÊNCIAS E BIOLOGIA. Campinas - 2018
WAIZBORT, R. Teoria social e
biologia: perspectivas e problemas da introdução do conceito de história nas
ciências biológicas. História, Ciências, Saúde Manguinhos, Vol. VIII(3):
632-53, set.-dez. 2001.